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Autoestima

Sobre a Autoestima

O que é autoestima? Autoestima significa o gostar de si mesmo, apreciar-se, ter a si mesmo como uma pessoa agradável e desejável a si mesma e aos outros. Aliás esta estima de si tem sido um critério para nós psicólogos detectarmos um tipo de sofrimento naquele que nos procura.  

Tendemos a achar que uma pessoa que está bem consigo mesma, que está relativamente satisfeita com sua imagem e não se preocupa em demasia com o que os outros esperam dela seria uma pessoa realizada ou feliz. Porém sabemos que existem muitos que se sentem inferiores e esses sentimentos podem ser persistentes, variando de pessoa para pessoa. Por exemplo, questões como partes do corpo que não estariam de acordo com o esperado, que seriam desproporcionais, podem trazer o sentimento de inferioridade, sentimento este que geralmente está associado a pessoas introvertidas.

Na verdade muitas vezes escutamos estes tipos de queixa e sabemos que cada ser humano constrói um ideal imaginário a respeito do que é ser bonito ou agradável, sendo  que esses ideais são uma construção particular de cada um, independente de modismos ou estilos de vida ideais que se propagam diariamente pela televisão e pela internet.

Sabemos no entanto que um ideal muito elevado vai fazer com que nos sintamos sempre numa condição deficitária em relação às outras pessoas e aos próprios ideais estabelecidos para nós mesmos. Isto pode ter o lado positivo que seria nosso esforço pessoal em nos engajarmos numa tarefa para nos ajustarmos ao que supomos ser importante e à imagem que idealizamos.

Mas sabemos que o contrário também pode ocorrer, pois ao idealizarmos uma imagem que supomos estar muito distante daquilo que podemos alcançar, tenderemos a não conseguir investir os esforços necessários na tarefa de realização dos nossos projetos de vida. Pode ser que por ter baixa expectativa eu considere que “o que vier é lucro” e por isso mesmo eu aprecie as minhas pequenas conquistas, me sentindo satisfeito e apaziguado com minhas expectativas.

A ideia de que sofremos devido à nossa autoestima pode nos atrapalhar na medida em que coloca um problema que não nos damos conta: “O que é possível desejarmos para seguirmos em frente?” ou “o que é possível para irmos em busca de nossas realizações sem muito sofrimento?”. Estaremos dispostos a caminhar na vida, porém com uma preocupação sempre presente que seria: “o que será que o outro vai pensar?”,  “será que vai aprovar o que vou dizer ou fazer?” Ou seja: sempre correremos o risco de ter a admiração ou não do outro, de ter a aprovação ou não do outro. Se tivermos essa ideia de que a aprovação do outro é extremamente importante, teremos muito medo de ser frustrados ou de nos decepcionarmos com um não, de não sermos correspondidos pelo outro, pelas expectativas sociais; seremos sempre alguém que vai recuar diante das possibilidades de avançar na vida e ter algum grau de realização.

Um medo de arriscar-se e se lançar para a vida pode trazer sentimentos depressivos, pois quando a pessoa escolhe ficar enclausurada nas limitações que seus pensamentos ajudaram a criar, quando ela escolhe mais a preservação de si do que o arriscar-se “para ver no que vai dar”, existirá uma maior vulnerabilidade e tendência a ter sentimentos de desvalia, sentimentos deprimidos e tristes. A perda de relação com o prazer, a perda da capacidade de experimentar satisfações reais com o que fazemos e com as pessoas com quem nos relacionamos geralmente é muito presente em quem sofre com essas queixas. Essa auto-avaliação ou auto-julgamento que muitas pessoas tem o hábito de realizar, essa forma de se medir o tempo todo e se observar, procurando o erro o tempo todo, se questionando “o que eu não fiz” ou “o que eu não tenho” acabarão por fazer com que deixemos de lado o que gostaríamos de fazer e por isso passamos a apostar menos em nós mesmos.

Todos esses problemas dizem respeito à forma como cada um se coloca no laço social com as outras pessoas, como se sente autorizado ou não a poder desejar e ser feliz. A importância do processo de análise se dá na medida em que podemos falar sobre o que está persistentemente se repetindo em nossa história, as encenações que insistem em se repetir em nossa vida sem que tenhamos controle ou consciência e que são fonte de sofrimento e angústia. Sentir-se subjugado pelo outro e não saber como livrar-se deste sentimento é um tema de extrema importância a ser trabalhado em análise, para que possamos estar atentos e avisados de que muitas vezes estamos realizando aquilo que sempre desejávamos estar fugindo. O sentimento de inferioridade deve ser colocado em palavras, os sentimentos de abandono ou situações traumáticas ou de desamparo vividas pelo sujeito podem ser elaborados de uma forma que possam não causar mais tanto sofrimento.              

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