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Sugestões de Leitura • Psicanálise

TRABALHANDO COM LACAN NA ANÁLISE, NA SUPERVISÃO, NOS SEMINÁRIOS.


Alain Didier-Weil, Moustapha Safouan – Como Lacan negociava o valor das sessões? Por que o uso do chiste se tornou uma de suas marcas? Qual o impacto, entre os analisandos, das polêmicas sessões curtas, às vezes reduzidas a minutos? Jacques Lacan provocava os mais diversos sentimentos naqueles que dele se aproximavam – menos a indiferença. Genial, imprevisível, extravagante, sacudiu o meio psicanalítico dos anos 50 e 60 de tal forma que ainda hoje é difícil depurar o homem em seu trabalho sob a aura do mito. O leitor vai encontrar aqui surpreendentes depoimentos de três gerações de renomados psicanalistas que viveram na prática as técnicas de Lacan em pelo menos uma das três instâncias em que ele atuou: como analista, supervisor ou professor nos famosos seminários. Um ângulo novo para entender melhor o percurso do criador de uma obra ímpar. 




O DEUS ODIOSO, O DIABO AMOROSO


Márcio Peter Souza Leite / Jaques Cazotte: Freud, quando busca no Fausto de Goethe uma fonte, transporta o conceito do diabo para o campo da metapsicologia como o porta-voz do desejo. Da mesma forma, o conto “O diabo amoroso” de Cazotte recebeu um tratamento por parte de Lacan que também manteve, através do recurso a esta novela, esse lugar do demônio como voz do desejo.




A RESISTÊNCIA COMO MÁSCARA DO DESEJO


 

Autor: Gabriel Lombardi 

Nós lacanianos repetimos como um mantra que a resistência é do analista. Entretanto, a afirmação de que quem resiste é o analista pode se reduzir, ela mesma, a um modo sutil de não querer saber e de tamponamento das ocorrências identificadas por Freud na delicada relação entre analista-analisante. É esse o problema que Gabriel Lombardi enfrenta em A resistência como máscara do desejo, retornando a Freud, de modo original, mas não sem o norte de sua formação lacaniana rigorosa e precisa. Ao final da leitura, ficamos com a nitidez de que vale a pena resistirmos aos efeitos sugestivos dos discursos do amo e universitário para, com a histerização provocada pelo discurso analítico, sustentarmos o advento de um desejo decidido. Assim, o discurso analítico terá sido um discurso da resistência! Sobre o autor: Gabriel Lombardi é psicanalista, Analista Membro da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano (AME), diretor do Colégio Clínico do Fóro Analítico del Rio de la Plata (FARP). Doutor em psicologia e professor titular da disciplina de Clínica de Adultos da Universidade de Buenos Aires (UBA).


MANCAR NÃO É PECADO

Lucien Israel – Será a psiquiatria de amanhã comportamentalista e a psicanálise reduzida a algumas formas repetitivas? Segundo alguns, poder-se-ia hoje acabar com a histeria, talvez até com as neuroses, retificar as condutas e responder ao desejo, saturando-o de objetos a consumir. Aqui é sustentado que a psicanálise provém primeiramente da tradição oral e que é hora de propor uma concepção mais ampla da neurose à medida que o patológico não diz tudo dela.



A ANÁLISE E O ARQUIVO – ELISABETH ROUDINESCO


A análise e o arquivo reúne três conferências da historiadora e psicanalista francesa Elisabeth Roudinesco. A primeira conferência, dedicada ao filósofo Jacques Derrida, explora as consequências do poder do arquivo como fonte histórica. A segunda acompanha o pensamento de Jacques Lacan e retraça a genealogia de seu célebre artigo sobre o estádio do espelho. A terceira aborda criticamente o surgimento, no final do século XX, de um “arquivo de si” – o chamado o culto do narcisismo. Com a habitual clareza, Roudinesco – cuja voz é cada vez mais ouvida por psicanalistas, historiadores e filósofos contemporâneos – aponta nesse livro a ambiguidade e o relativismo do arquivo, fazendo um alerta contra a manipulação não só da história da psicanálise, como da história humana.




FUNDAMENTOS DA PSICANÁLISE DE FREUD A LACAN – VOL.2 A CLÍNICA DA FANTASIA


Marco Antonio Coutinho Jorge – Isolando de modo inédito um período fértil na obra de Freud, Marco Antonio Coutinho Jorge mostra a importância do conceito da fantasia na psicanálise. Para isso, analisa filmes, contos, poesias, pinturas, músicas e peças de teatro – produções artísticas onde a fantasia humana mais se revela. O conceito de pulsão de morte é explicado, por exemplo, a partir do filme O exterminador do futuro, enquanto o de despertar para o real se apoia em textos de Clarice Lispector. Com a mesma originalidade, utiliza casos da clínica analítica e observações da vida cotidiana, além de fatos que marcaram a história, como o atentado às Torres Gêmeas.





A ANGÚSTIA E O DESEJO DO OUTRO – DIANA RABINOVICH


 
A angústia diante do desejo do Outro é, afirma Lacan, a única tradução subjetiva do objeto a, esse ser de falta que, enquanto objeto causa do desejo, é todo falasser. Essa formulação acarreta uma nova perspectiva a respeito da presença do sujeito na clínica. Para definí-la, podemos guiar-nos por esse fio condutor, essa bússola, frequentemente ignorada, que é, na teoria lacaniana, Inibição, sintoma e angústia. Essa bússola permite precisar a operatividade na experiência analítica do objeto a e do S1, na dimensão que se abre entre a causa do desejo e o redobramento do S1 no nó borromeano de quatro. São esses os eixos centrais das conferências incluídas nesse livro, que giram ao redor do comentário dos Seminários X, XXII e XXIII e do artigo dos Escritos “Formulações sobre a causalidade psíquica”. 



PSICANÁLISE E TEMPO – O TEMPO LÓGICO DE LACAN ÉRIK PORGE COMPANHIA DE FREUD

Quantos irmãos você tem?” “Tenho três irmãos, Pedro, Paulo e eu”, responde a criança. Este “erro” não deve ser relegado ao nível de um estágio infantil qualquer, mas surge da dificuldade para o sujeito de se contar como tal. O tempo lógico e a asserção de certeza antecipada é o primeiro (e o mais depurado) dos textos de Lacan a abordar essa questão, articulando temporalmente e segundo uma lógica do ato, uma multiplicidade de sujeitos com a unicidade de um sujeito que enuncia: desse modo ele renova a concepção freudiana do indivíduo e do social com a noção de uma identificação ‘horizontal’ ao grupo. Acompanhar, passo a passo, a problemática das duas versões (1945 e 1966) deste texto que Lacan chama ‘meu pequeno sofisma pessoal’ e a de suas numerosas retomadas permite cifrar a contagem do sujeito. Mas esta se terá efetuado sem erro?

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